Grisalhos mas não rascas

 
O Negócios deu a palavra a três reformados. Quisemos saber o que a mudou nas suas vidas desde que a troika chegou a Portugal. Dizem que o dinheiro lhes está a "escapar das mãos" e que tiveram de "apertar o cinto". Veja o vídeo.
Têm histórias de vida muito diferentes. José Fidalgo, tem 82 anos e trabalhou quatro décadas no sector automóvel. Actualmente tem uma pensão que ronda os 1300 euros.

Manuel Neto, com 59 anos, optou pela reforma antecipada depois de ter esgotado todos os prazos do subsídio de desemprego. Tem uma pensão mínima de 262 euros.

Manuel Padrão Pacheco, de 67 anos, foi piloto da TAP durante 36 anos. Os cortes aplicados pelo Governo esmagaram-lhe a pensão para cerca de metade. Tem agora uma reforma de 3500 euros. Fonte: Jornal de Negócios

«Grisalhos mas não rascas, foram vítimas de um pouco de tudo, e agora nos finais das vidas turbulentas, chamam-lhes de grisalhos, mas não são nem nunca foram rascas, nunca tivemos ao nosso dispor o que os de hoje têm, enfrentamos as maiores dificuldades que a vida nos pode dar, hoje somos vistos como uns imbecis, fizemos uma guerra colonial e fomos abandonados e entregues às famílias como objectos obsoletes, enfim, mal tratados por este Estado Maquiavélico que a recompensa que nos dá são, para a maioria reformas de miséria. Enoja-me, é um facto, repudia-me esta gente que tão mal me trata!
Aos de hoje e que um dia vão deixar de se chamarem rascas, também vão passar-se a chamar-se de grisalhos, não sejam rascas como nós os grisalhos de hoje, abram os olhos, têm ao vosso dispor o que nós nunca tivemos para fazerem e lutarem por um país diferente, ao contrário sigam os conselhos do actual homem que continua deitando este barco ao fundo, emigrem e deixem-se de ilusões, porque por cá nada há senão a parte Maquiavélica de quem nos governa e quem é dono deste país, que ainda continua só a pertencer a uns quantos e não a todos.»

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