Em entrevista exclusiva ao PÚBLICO, a ser publicada na edição de quinta-feira, o chefe de missão do FMI diz que os cortes salariais foram uma ideia do Governo e que qualquer outra medida geraria o mesmo debate.
Para o chefe de missão do FMI na troika, o etíope Abebe
Selassie, a desvalorização fiscal conseguida com a descida da Taxa
Social Única (TSU) paga pelas empresas e o aumento da contribuição dos
trabalhadores é uma forma “criativa” de resolver o problema do défice e
da competitividade. Mas, se o programa for apenas austeridade, a
economia não vai sobreviver, avisa. E foi precisamente pelo receio de
uma “pressão excessiva” sobre a economia que a troika flexibilizou as metas do défice.
Leia
amanhã no PÚBLICO a entrevista a Abebe Selassie. Aqui ficam algumas
frases que espelham o pensamento do responsável do FMI na troika:
- “Se houver apenas austeridade, a economia não vai sobreviver”.
-
“É imperativo que tenhamos também reformas que melhorem a
produtividade. Resolver o problema da competitividade simplesmente
reduzindo os salários não vai resultar”.
- “Se o IRS ou o IRC
tivessem sido aumentados, as pessoas teriam dito: mas porquê o IRS,
porquê o IRC? Se fosse o IVA também se queixariam. Qual seria a
alternativa? Qualquer medida que fosse tomada teria também gerado um
debate grande”.
- “Esta medida [desvalorização fiscal] tem de ser calibrada, para que o impacto sobre os pobres seja tido em conta”.
-
Com a flexibilização das metas do défice, “o que tentámos foi dar mais
tempo ao ajustamento orçamental, de modo a evitar tensões excessivas na
economia”.
Fonte: PUBLICO.PT
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