Dívida pública portuguesa já viola as previsões da troika


O nível total de dívida pública acaba de violar as projeções da troika publicadas em meados de julho, na última avaliação.
Segundo o Banco de Portugal (BdP), o rácio que conta para o Eurostat (critérios de Maastricht) já valia 116,6% do produto interno bruto (PIB) no final do primeiro semestre.
Em julho, Bruxelas e FMI previram ambos 114,4% para a média deste ano. A última projeção oficial do Governo, de maio, aponta para 113,1%.
O endividamento da Administração Central, que engordou bastante com o esquema de garantias e apoios que o Estado tem de prestar à banca no âmbito das iniciativas para a "estabilidade financeira", estará a ser decisivo para o mau desempenho deste indicador, que é muito escrutinado pelos "mercados", mostra o boletim estatístico do BdP.
Pelo contrário, a Administração Regional (Madeira e Açores) e as câmaras conseguiram estabilizar o respetivo nível de endividamento nos 8% do PIB (valores não consolidados), cerca de 13,6 mil milhões de euros em junho.
Dívida das empresas públicas cai pela primeira vez
A ajudar a conter o endividamento esteve também o universo das empresas públicas. Em termos absolutos (valores ainda não consolidados) desceu de 47,7 mil milhões de euros em março para 44 mil milhões em junho.
O nível de endividamento dessas empresas, incluídas ou não no perímetro da consolidação orçamental, caiu pela primeira vez, indica o boletim.
Assim o respetivo rácio da dívida passou de quase 28% do PIB para 26% entre o primeiro e o segundo trimestre. A quebra foi mais expressiva nas empresas que ainda não integram as administrações públicas.
Esta evolução é explicada pelas regras que impedem as referidas empresas de continuaram e endividar-se e a terem de fechar ou reduzir operações. Um exemplo disso são as empresas do sector dos transportes, as que representam a fatia de leão do universo do sector público empresarial.
Fonte: Dinheiro Vivo

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