Se a mira for bem feita, o dinheiro vivo não voa


As empresas que deixem de ter pagamentos com cartões multibanco ou imponham restrição ou redução significativa dos seus movimentos vão estar na mira da Inspeção Tributária, revelou fonte oficial do Ministério das Finanças.
A medida surge na sequência da decisão da cadeia de supermercados Pingo Doce de só aceitar pagamentos com cartão de débito ou de crédito em compras superiores a 20 euros a partir de 1 de setembro. Em causa estão, segundo a empresa, as elevadas comissões aplicadas aos retalhistas pela utilização da rede de pagamento automático. As reações do sector não se fizeram esperar, tendo a Auchan afirmado de imediato que poderá seguir o exemplo das lojas do grupo Jerónimo Martins.
Confrontado sobre se estes limites não poderão levar a um menor controlo fiscal dos comerciantes que os impõem, uma vez que desde fevereiro os bancos estão obrigados a comunicar ao fisco todos os pagamentos feitos com cartões através dos terminais de pagamento automático instalados nas lojas, o Ministério das Finanças foi claro: "O secretário de Estado dos Assuntos Ficais, Paulo Núncio, declarou recentemente que a renúncia pelas empresas aos terminais de pagamento automático, ou a restrição ou redução significativa dos seus movimentos, será um factor de risco acrescido a utilizar pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) para efeitos de inspeção tributária destas empresas."
Os cartões de refeição, que várias empresas estão a utilizar para pagamento do subsídio de refeição aos seus colaboradores, não estão abrangidos pela limitação do Pingo Doce.
Fonte: Dinheiro Vivo

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