Então o noivo ia de encontro à noiva?


A Câmara Municipal de Lisboa não se opõe à mudança do Infarmed para o Porto. Depois de a presidente da Autoridade Nacional do Medicamento ter dito ao PÚBLICO que o silêncio da autarquia socialista a espantava, o município enviou uma nota às redacções a demonstrar confiança nas decisões do Governo.

Aqui está a descentralização que os socialistas tanto têm apregoado ao longo desta já velha e moribunda democracia, descentralizar entende-se que não é só num grande centro urbano ou capital que devem estar os organismos públicos, descentralizar é instalar parte das decisões do país em vários pontos, no caso português tudo está localizado na chamada grande Lisboa, o resto do país não conta para nada.
A bagunçada de descentralização neste momento é o Infarmed, vejam lá qual foi o local escolhido que este governo escolheu, logo o grande Porto, a segunda cidade do país, e porque não uma cidade naquela região que não o Porto?
A Câmara de Lisboa não se opõe à mudança, claro! Então o noivo ia de encontro à noiva? Não pode ser, uma Câmara socialista contra as ideias dos chefes socialistas? Era só o que faltava, isso podia lá ser, na política portuguesa se isso acontecesse seria uma novidade, e para isso teria que haver políticos que zelassem pelos interesses do país e não pelos seus ou do seu partido, que democracia desfraldada, a portuguesa.
Mas será que existem políticos a sério? Ou antes interesseiros? Um político a sério diria logo que não! Não concordo! Para ser uma descentralização a sério levem o Infarmed para uma cidade de 50 mil habitantes por exemplo, seja ela no Algarve, no Alentejo ou no norte, agora no grande Porto?
A descentralização em Portugal nunca existirá, porque esta gente não zela pelo país no seu todo, mas sim pelo interesse que lhe mais lhe convém. Sejam sérios que não custa nada, e deixem lá os afilhados e os interesses, sejam sérios, porque Portugal não é só Lisboa e o resto apenas paisagem, se entendem assim é porque o povo continua a comer e a calar, e vocês sabem o pobre povo que têm.

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