O Algarve ou o inferno?


Sendo eu um algarvio genuíno, não falso, como a maioria que se dizem algarvios, porque, ou têm costelas alentejanas, beirãs, minhotas ou outras, as minhas são genuínas, e assim, se me perguntassem, o Algarve ou o inferno? Teria muita dificuldade em escolher, porque pior que o actual Algarve talvez só o inferno.
Mas então porquê? Porque isto nestes três meses de força de turismo de pé descalce ainda é pior que o inferno, no inferno não há tanto barulho, não há tantos indesejáveis, não há tantos mal educados, enfim, não há tanta coisa má, dormir é difícil, sentirmos-nos em paz e sossego é impossível, e porquê? Porque é tanta a quantidade e tão má as massas que por cá estão que me faz pensar e sentir-me assim.
Hó meu Algarve dos anos 60, onde pairavam por aqui nomes de nível nacional e internacional, onde o cheiro do passante era agradável, não o de hoje, onde o cheiro do chinelo de plástico e da t-shirt é nauseabundo, hó meu Algarve do passado, que nunca te esqueço.
É moda, dizem eles, é fino vir ao Algarve tomar banho, tudo isto é bom, mas por amor de Deus, venham menos e com mais qualidade.
Não façam de habitações albergues de 0 estrelas, não nos chateiem, venham menos, mas que venham com um bom sapato, um bom fato e um bom vestido, ocupem os hoteis e não as habitações clandestinas, talvez um bom perfume, e não o cheiro do sovaco, com esse cheiro não há lugar sempre para mais um, mas sim sempre para menos uns milhares, deixem-me dormir e sossegar em paz, não me incomodem com a alcunha de turistas, coisa que não o são, por favor aliviem-nos só um pouco..............

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