Carta aberta de Alexis Tsipras à Alemanha A maior parte de vós, caros leitores
do Handelsblatt, terá já uma ideia preconcebida acerca do tema deste
artigo, mesmo antes da leitura. Rogo que não cedais a preconceitos. O
preconceito nunca foi bom conselheiro, principalmente durante períodos
em que uma crise económica reforça estereótipos e gera fanatismo,
nacionalismos e até violência.
Em 2010, a Grécia deixou de conseguir
pagar os juros da sua dívida. Infelizmente, as autoridades europeias
decidiram fingir que o problema poderia ser ultrapassado através do
maior empréstimo de sempre, sob condição de austeridade orçamental, que
iria, com uma precisão matemática, diminuir drasticamente o rendimento
nacional, que serve para pagar empréstimos novos e antigos. Um problema
de insolvência foi tratado como se fosse um problema de falta de
liquidez.
Dito de outro modo, a Europa adoptou a
táctica dos banqueiros com pior reputação, que não reconhecem maus
empréstimos, preferindo conceder novos empréstimos à entidade
insolvente, tentando fingir que o empréstimo original está a obter bons
resultados, adiando a bancarrota. Bastava bom senso para se perceber que
a adopção da táctica “adiar e fingir” levaria o meu país a uma situação
trágica. Em vez da estabilização da Grécia, a Europa estava a criar as
condições para uma crise auto-sustentada que põe em causa as fundações
da própria Europa. Ler mais Aqui e a versão original Aqui
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