Já dormiram ao relento. Dormem em quartos de casas, pensões ou
albergues. Formaram um movimento a que chamaram “Uma Vida como a Arte”
para dizer que existem, que são pessoas. Decidiram intentar uma acção
contra o Estado por violação dos direitos humanos.
“Queremos fazer lembrar o Estado das obrigações que tem para com as
pessoas”, diz o homem de 64 anos, a quem os outros tratam por “senhor”.
Parece-lhe que está “tudo esquecido” e que “o Estado não se pode
esquecer”. Menciona a Constituição da República, a Convenção Europeia
dos Direitos Humanos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que o
país subscreveu.
Não é só a medicação. Não tem dentes no maxilar superior. “Tenho
consulta para 12 de Fevereiro. À consulta consegue-se chegar. O que vou
fazer a seguir? Não tenho dinheiro para a placa! Em oftalmologia é
igual. Leva tempo para ter a consulta. Receitam-me os óculos. O que
faço?”
O seu caso afigura-se-lhe exemplar. Caiu na indigência em 2012. “Sou
demasiado velho para trabalhar, demasiado novo para me reformar.” Recebe
178,15 euros de RSI, o valor máximo previsto para uma pessoa que mora
sozinha.
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Depois de ter lido esta notícia só me resta perguntar, onde estão os direitos humanos? E os Estados?
Os direitos humanos quanto a mim não são mais que um mito, dizem alguns e são muitos, os Estados, que os defendem, mas na prática não é assim, há Estados e Estados, há os que defendem assim assim, e os que não defendem coisa nenhuma, as pessoas que caem na indigência são postas ao seu destino e vistas não como seres humanos, mas como objetos desprezados.
Os Estados gastam grandes fortunas oriundas dos impostos dos cidadãos em assuntos supérfluos, e aí não há qualquer espécie de dificuldades, mas quando é necessário ajudar os que por infelicidade caem na dita indigência, dizem, porque não teve juízo, pois meus caros, o não ter juízo já é uma infelicidade, quando é essa a razão, muitas vezes a culpa da indigência é culpa dos próprios Estados, que não são capazes de dar aos cidadãos as condições para o triunfo, ter ou não ter juízo não é coisa que se adquira na praça, nem todos podem morar à porta da mesma.
Há uma coisa que os Estados nunca se esquecem, e aí sejam eles sem abrigo ou não, que é exigir dos cidadãos e penalizando-os sempre que podem, aí sim existem os Estados.
Concluo questionando mais uma vez, onde estão os direitos humanos? E os Estados? Alguns..............
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