Quem quiser burriquitos de carga que os fabrique

As nossas sociedades confortáveis e envelhecidas não estão sequer preparadas para defender as suas fronteiras, quanto mais fronteiras longínquas em países que nem conhecem. E Putin sabe disso. 

Hoje a natalidade inquieta as nossas lideranças não porque faltem jovens em idade militar, mas porque faltam jovens em idade de descontar. Jovens e todos os outros, os de meia idade. Hoje também ninguém pensa que a guerra ainda seja uma possibilidade – de certa forma, ela tornou-se uma impossibilidade. Foi isso que Putin percebeu.

Imagino que todos estejam recordados das primeiras sequências de O Resgate do Soldado Ryan, aquelas em que soldados americanos enchem as barcaças de desembarque do Dia D de onde muitos deles saltarão para serem imediatamente mortos.

Foi publicada a semana passada em Espanha uma sondagem onde se ficava a saber que só 16% dos espanhóis estavam dispostos a participar voluntariamente na defesa do seu país.

(A grande preocupação desta gente é a taxa da natalidade, até na guerra essa preocupação está presente, só não os oiço dizer é o porquê dessa taxa ser tão baixa, mas eu posso dizer-lhe meu caro, e ao mesmo tempo perguntar-lhe assim, o meu amigo não está ainda em idade fértil? Se sim faça filhos com fartura e dê-os para a luta, acha que um cidadão consciente das realidades deste mumdo e em particular deste país deve colocar um filho ao cimo desta terra? Que futuro? Se for para sofrer e morrer em guerras como as que o senhor cita na sua crónica de opinião? Se for assim, então os interessados que os coloquem cá por cima, não peçam àqueles que passam fome para serem esses os progenitores, porque quem quiser burriquitos de carga e carne para canhão que os fabrique, ou então que os compre.)

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