O esquecimento de Passos

Pedro Passos Coelho disse que, "vou pedir ainda hoje" à Procuradoria-Geral da República que averigue se existem ou não ilícitos no caso das dúvidas que estão a ser levantadas por vários jornais sobre alegadas incompatibilidades de rendimentos do atual primeiro-ministro nos anos em que foi deputado pelo PSD, nos anos 90. 

O primeiro-ministro vem agora dizer que todas as dúvidas -- relativas ao tempo em que foi gestor da Tecnoforma e, em simultâneo, deputado pelo PSD -- devem ser dissipadas pelas instituições competentes, no caso concreto, a PGR.

Eu confio nas instituições" e "não estou em condições de me recordar de processos de rendimentos que auferi há 19 ou 17 ou 16 anos atrás" e em que condições isso aconteceu, declarou o primeiro-ministro.

( Afinal recebeu ou não recebeu? Quando se tem apenas dois empregos e deles se recebe um vencimento de cada um, não é assim tão difícil recordar-mos-nos se recebemos ou não recebemos os ditos vencimentos, e quando se é deputado também não é assim tão difícil lembrar-mos-nos se somos em regime de exclusividade ou não, mas isto é o resultado de comer-mos muito queijo, será?
Os esquecimentos são normais e naturais em qualquer ser humano, mas esquecimentos deste género e apenas passados 16 ou 17 anos e ainda quando se é bastante jovem não é assim muito normal.
Mas os esquecimentos em determinados momentos fazem muito jeito, e estes senhores são mesmo muito esquecidos, convém, não é verdade? Ponha lá a cabecinha funcionar Sr. PM, veja lá se se lembra, qualquer um trabalhador deste país lembra-se o que ganhou há 16 anos, sabe porquê? Porque ganhou muito pouco e só ganhou um vencimento e mesmo assim sabe que cumpriu com o dever fiscal, agora os senhores são sempre muito esquecidos, há qualquer coisa aí que não está bem, um pouco de chá verde é muito conveniente, tome um pouco e verá que se vai recordar do que ganhou. )

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