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Jornal de Angola - online Portugal está no centro de uma grave crise social e económica
sem fim à vista. O Estado Social que nasceu com a Revolução de Abril
tem sido friamente destruído pelas elites reinantes. Os fundos de
coesão da CEE foram desbaratados por cleptocratas insaciáveis que à
sombra de partidos democráticos se comportaram como vulgares ladrões
sem sequer se disfarçarem com colarinhos brancos.
O Portugal que deu as mãos aos novos países que
nasceram das suas antigas colónias está crivado de dívidas. Face ao
esvaziamento dos cofres públicos, até as pensões e reformas dos idosos
são confiscadas. Milhares de jovens quadros são obrigados a procurar em
países estrangeiros o pão nosso de cada dia. Angola é um desses
destinos. Como disse em entrevista a uma televisão portuguesa o
Presidente José Eduardo dos Santos, são todos bem-vindos e têm o apoio e
a solidariedade dos seus irmãos angolanos.
As elites portuguesas
famintas de dinheiro entraram em desvario. À medida que a crise aperta,
eles disparam em todas as direcções, atingindo por vezes membros do
bando. À medida que a “troika” drena milhares de milhões de euros para
os bolsos dos credores, as elites reinantes ficam sem cheta e tornam-se
mais agressivas. E Angola é sempre o alvo destes deserdados dos
dinheiros do depauperado Estado Português.
Se em Portugal alguém
ousa lançar um pouco de água na fervura, é crucificado na praça pública e
lançado às feras da SIC e de outros órgãos de informação onde falsos
jornalistas obedientes aos donos fazem o papel aviltante de juízes de um
Santo Ofício anacrónico e ridículo. Não se pode dizer que perdem a
cabeça, porque nunca a tiveram, nem como ornamento.
O ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, fez uma declaração à
Rádio Nacional de Angola sobre um episódio aviltante que devia encher de
vergonha o Poder Judicial em Portugal. Órgãos de comunicação social
portugueses fizeram manchetes “informando” que o Vice-Presidente da
República, Manuel Vicente, estava a ser investigado em Portugal pelo
Ministério Público. E deram pormenores do processo. Pouco tempo depois, a
vítima foi o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa. O
Ministério Público em Portugal é titular da investigação e acção penal.
Portanto, estas notícias só podem ter sido dadas por essa instituição.
Face
às reacções indignadas contra tão graves crimes de que estavam a ser
vítimas os cidadãos Manuel Vicente e João Maria de Sousa, o Departamento
Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) emitiu um comunicado onde
informou que existiam investigações mas ninguém tinha sido constituído
arguido.
O Ministério Público e a Procuradora-Geral da República,
Joana Vidal, nunca mais se dignaram falar do assunto. E tinham que
fazê-lo. Porque se exigia, no mínimo, que fosse investigado isto: quem,
como e quando violou grosseiramente o segredo de justiça. E ao fazê-lo,
violou a honra e o bom-nome de dois cidadãos angolanos. Acresce que
Manuel Vicente foi eleito Vice-Presidente da República com mais de 70
por cento dos votos dos eleitores. E João Maria de Sousa é o
Procurador-Geral da República. Também por isto se exigia, num Estado
democrático, um esclarecimento cabal de tão graves crimes contra duas
pessoas que até prova em contrário são inocentes. Ao alimentar machetes e
notícias falsas que têm no centro figuras públicas angolanas, o
Ministério Público e a Procuradora-Geral da República Joana Vidal
puseram-se fora da lei. E deram esse salto arriscado, para atentarem
contra a honra e o bom-nome de dois cidadãos que desempenham altas
funções no Estado Angolano.
Face a este quadro é natural que o
ministro Rui Machete tivesse vontade de deitar água na fervura. O que
ele foi fazer! Os “pivots” anti-angolanos Mário Crespo e João Soares
abocanharam-lhe os calcanhares, deixando-o sem base de sustentação. Os
sindicatos dos juízes e do Ministério Público crucificaram-no e
lembraram urbi et orbi que em Portugal há separação de poderes. Só é
pena que essa separação não inclua também os órgãos de comunicação
social.
O episódio que envolveu dois dirigentes angolanos prova à
puridade que há uma relação espúria e aviltante entre o Ministério
Público e uma comunicação social que actua na lógica das associações de
malfeitores. A senhora Procuradora-Geral Joana Vidal, toda abespinhada,
atirou-se ao ministro Rui Machete. Melhor fora que revelasse o nome ou
os nomes dos procuradores do Ministério Público que violaram o segredo
de justiça, ferindo a honra e o bom-nome de dois cidadãos que
desempenham altos cargos no Estado Angolano.
Rui Machete, como
jurista que é, pediu diplomaticamente desculpa (não desculpas
diplomáticas) pelas patifarias cometidas pelo Ministério Público e
órgãos de comunicação social contra o Vice-Presidente da República,
Manuel Vicente, e o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa.
Os mais assanhados membros das elites corruptas e caloteiras portuguesas
trucidaram o ministro e por tabela lançaram a habitual chuva de
calúnias contra os dirigentes angolanos, eleitos democraticamente.
Como
temos três meses para organizar a Cimeira Angola-Portugal, fico por
aqui. Mas continuo a exigir que a Procuradora-Geral Joana Vidal e a
Direcção Central de Investigação e Acção Penal expliquem aos angolanos e
portugueses quem foram os membros do Ministério Público que violaram o
segredo de justiça, violando gravemente a honra e o bom nome de duas
altas figuras do Estado Angolano.
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