Não estudaram só medicina, também a forma de burlar


Os truques dos médicos para burlar o Estado O esquema funcionava em plena luz do dia no serviço de Psiquiatria de um grande hospital do país. Através de receitas prescritas por duas médicas – uma delas coordenadora – a enfermeira e o técnico administrativo daquele serviço aviavam, em nome dos doentes, um medicamento extremamente caro na farmácia, onde aquele técnico também trabalhava. A fraude envolvia sempre o Risperdal Consta, para a depressão e esquizofrenia, que é comparticipado a 100% pelo Estado e tem custos elevados: só uma embalagem de 50 mg custa 195,28 euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Era este o ganho da ‘rede’ por cada embalagem.

O esquema durou dois anos. Por serem tratamentos longos, os doentes tinham de ir ao hospital renovar a receita para adquirir o remédio nas farmácias, voltando depois para que a enfermeira o administrasse através de uma injecção. Mas esta e o cúmplice pediam às médicas que assinassem muitas mais receitas do que as necessárias. E se muitas vezes entregavam algumas aos doentes, ficando com as restantes, em outras situações nem davam aos utentes a prescrição, dizendo que lhes arranjavam os medicamentos.

Prejuízos de 100 milhões

Esta foi uma das situações investigadas pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), que no ano passado fez 59 acusações, a que o SOL teve acesso. E 16 delas são de fraudes com medicamentos. Continuar a ler Aqui

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