Moçambicanos assumem pobrezada indicada pela ONU Pratos e panelas vazias. Zuleida Horácio, 38 anos, deitada num saco
entre palhotas de latas, no bairro 25 de Junho, subúrbio de Chimoio,
centro de Moçambique, não se lembra da última refeição digna na família.
"Está difícil viver. Só cozinho uma vez por dia, nas tardes, quando
o meu marido traz alguma coisa do biscate. Às vezes, tiro alguma
verdura na linha férrea e confeciono para enganar o estômago das
crianças" conta à Lusa Zuleida Horácio, enquanto amamenta um bebé.
Zuleida
é uma das caras que coloca Moçambique na cauda do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), segundo o relatório, de 2013, do Programa
da Nações Unidas para o Desenvolvimento da População (PNUD), divulgado
na semana passada.
No relatório, lançado sob o lema "A Ascensão
do Sul: o Progresso Humano num Mundo Diversificado", Moçambique está na
185ª posição, numa lista de 187 países, apenas á frente da República
Democrática do Congo (dilacerada por conflitos) e do Níger (assolado
pela seca), últimos dois colocados.
O Relatório do Desenvolvimento
Humano de 2013, aponta a Noruega, a Austrália e os Estados Unidos como
os países que lideram a classificação do IDH. Na África lusófona,
Moçambique está atrás da Guiné-Bissau.
Vive com uma média diária
de 5 a 10 meticais (0.13 a 0.26 euros), conseguidos na limpeza de
quintais e quintas de vizinhos, lavagem de roupa entre outros serviços
domésticos, e usado para as despesas de alimentação, saúde e educação
para os filhos. Ler mais em: Sol
Comentários
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.