Bancos coxos

 
Banca mais sólida desde a troika, mas prejuízos bateram recordes Quase dois anos depois do pedido de ajuda externa, e em vésperas da 7.ª avaliação da 'troika', os bancos estão hoje mais sólidos, apesar dos prejuízos históricos que tiveram de assumir e da significativa queda do crédito à economia.
A chegada a Portugal da 'troika', em maio de 2011, significou fortes mudanças para os bancos portugueses e levou mesmo o presidente do BPI, Fernando Ulrich, a dizer que o setor bancário foi o "pior tratado" no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia (CE) e o Banco Central Europeu (BCE). Isto depois de os presidentes dos principais bancos terem precipitado o resgate quando, no início de abril, consideraram em entrevistas televisivas que este era "urgente" porque não podiam continuar a financiar o Estado.
O reforço dos rácios de capital é a principal exigência com que os bancos se debatem desde então.
Em abril de 2011, o Banco de Portugal exigia aos bancos um rácio de capital 'core tier 1' (medida que avalia a solvabilidade de um banco) de 8%, até final do ano. Em maio, quando foram conhecidas as medidas do memorando de entendimento, este valor foi reforçado para 9% nesse ano e 10% em 2012.
Para que pudessem cumprir estas metas, a 'troika' disponibilizou uma linha de 12 mil milhões de euros, destinada ao setor financeiro. Capital que os banqueiros recusaram de imediato.
No entanto, outra exigência trocou-lhes as voltas, desta vez da Autoridade Bancária Europeia, que impôs um rácio de 9% até junho de 2012, mas neste caso mais exigente do que o do Banco de Portugal, porque incluía a exposição à dívida soberana e do setor público.

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