O Fundo Monetário Internacional (FMI) está
visivelmente incomodado com os mais recentes desenvolvimentos políticos e
sociais em Portugal.
Em declarações a uma publicação interna
do próprio FMI - a IMF Survey Magazine -, o diretor do departamento
europeu da instituição, Reza Moghadam, diz claramente que Portugal
poderá estar à beira de perder o tão preciso consenso político "amplo"
que teve até agora. Isso pode deitar a perder os sucessos do
ajustamento.
"Provavelmente, o mais importante em Portugal tem
sido o apoio político amplo ao programa, embora manifestações recentes
evidenciem que isto não pode ser tomado por adquirido", advertiu Reza
Moghadam, um dia antes (domingo passado) de Vítor Gaspar entregar a
proposta de Orçamento do Estado na Assembleia.
Entretanto,
instalou-se uma cortina de ruído e de vozes dissonantes no seio da
coligação PSD/CDS em relação às opções definidas por Vítor Gaspar na
proposta de OE. Elementos do CDS estão a demarcar-se do aumento "enorme"
de impostos. Gaspar desafiou os críticos a arranjarem alternativas do
lado da receita. Ninguém respondeu até agora.
"Tal como a Irlanda,
Portugal demonstrou até agora um desempenho forte no âmbito do seu
programa". O alto responsável que foi ocupar o lugar deixado vago por
António Borges sublinha que o país "levou a cabo uma troca de obrigações
bem sucedida que ajudou a suavizar o seu perfil de maturidades".
Para
além disso, "os desafios para melhorar a sua posição de competitividade
de longo prazo foram identificados e o saldo orçamental primário [no
caso português, défice público sem contar com juros] está no bom
caminho". Fonte: Dinheiro Vivo
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