"Jesus disse-lhes: "A minha mulher..."" Esta frase, inscrita num
fragmento de um papiro copta ainda não rigorosamente datado e de
proveniência desconhecida, ateou de novo o debate: afinal, Jesus foi
casado ou não?
E isso deveria ter repercussão na atitude do cristianismo em relação às
mulheres, tendo em conta os textos fundadores e a doutrina de Jesus?
Antes
de discutir esses temas, há entretanto a questão do valor histórico do
documento revelado por Karen L. King. A investigadora da Harvard
Divinity School foi a primeira a reconhecer que é cedo para tirar
conclusões.
O fragmento deverá datar do século IV e, de acordo
com King, é a tradução de um texto grego do século II, num curto pedaço
de papiro de cerca de quatro por oito centímetros (como um
cartão-de-visita). Nele podem ler-se várias frases incompletas (parte-se
aqui da tradução proposta para castelhano por António Piñero,
especializado em línguas e literatura do cristianismo primitivo e editor
dos textos gnósticos da Biblioteca de Nag Hammadi): "A minha mãe deu-me
a vida (...) os discípulos perguntaram a Jesus (...) negou. Maria é
digna disso (...) Jesus disse-lhes: a minha mulher (...) poderá ser
minha discípula." Na última frase, mais estranha, lê-se: "Que os
malvados rebentem (...) no que me respeita, viverei com ela por (...)
uma imagem." A alusão aos malvados diz Piñero que se pode referir à
morte de Judas.
Quando apresentou o papiro em Roma, na semana
passada, King afirmou, citada pela AFP: "O julgamento final quanto à
veracidade deste documento depende de um exame mais aprofundado e de
outros testes sobre a composição da tinta."
Ler artº. completo em: PUBLICO.PT
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