Pedro Passos Coelho reiterou esta noite a convicção do Governo de que
2013 irá representar «uma viragem» na situação económica do país e que a
recessão vai ficar-se por 2012. Disse também que os esforços que têm
vindo a ser pedidos aos portugueses, em consequência do plano de resgate
acordado com a troika, já começam a dar resultados, não obstante os
indicadores sobre o desemprego e sobre a recessão da economia publicados
hoje pelo Instituto Nacional de Estatística.
O primeiro-ministro,
que falava na qualidade de líder dos sociais-democratas na festa que
marca a rentrée do PSD em Faro, assumiu que desde a primeira avaliação
do memorando de entendimento «nem tudo correu como esperávamos» mas,
ainda assim, as quatro avaliações da troika e as reformas estruturais
impostas são «a prova de que não só fizemos o que tínhamos a fazer como
estamos mais próximos de superar a crise». Passos pediu mesmo «para que
se olhe com algum detalhe para os resultados que obtivemos».
Em
época de «mudança de mentalidade», Passos deixou um desafio ao PS: que
aceite colocar a regra de ouro (limite ao défice e endividamento
públicos) na Constituição, sob pena de «comprometer as gerações futuras
com aquilo que se gastou no passado e com dinheiro que não se tem». Mas,
sublinhou Passos Coelho, este é um compromisso que deve ser aceite por
todos os partidos «habituados a governar com responsabilidade».
Para
o PS ficaram ainda críticas. Nomeadamente à ilusão «de que as eleições
em França iam mudar tudo na Europa e que os outros países não iam
precisar de fazer sacrifícios», como à «ingenuidade» de pensarem que
«podemos voltar ao que era antes, que o regabofe pode voltar».
Quanto
ao Orçamento do Estado para 2013, Passos pouco adiantou a não ser que
dele falará «com os parceiros sociais e com a oposição». O chumbo do
Tribunal Constitucional aos cortes nos subsídios de Natal e de Férias
dos funcionários públicos e pensionistas obriga o Governo a encontrar
uma alternativa a esta importante fonte de receita que, garantiu Passos,
«serei eu próprio a apresentar».
Já na recta final da
intervenção, Passos prometeu concentrar esforços nos sectores da Saúde,
Educação e Justiça, exortando os agentes destes sectores a colaborarem e
a se deixarem envolver «nesta nova vida», porque «uma alternativa a
este caminho não há». E confessou um desejo: «O nosso programa é um
programa de quatro anos e temos a ambição de que possa vir a ser
renovado».
Fonte: Sol
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