O líder do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, considerou no sábado à
noite, no Porto Santo, que foi o Governo Central, de coligação
PSD/CDS-PP, a dar o primeiro passo de separatismo ao remeter ao
arquipélago o pagamento da sua dívida.
"E no meio disto tudo, também temos
que ter presente uma coisa: como viram a República disse 'a Madeira que
pague as suas dívidas e nós, República Portuguesa, pagamos as nossas'.
Afinal quem são os separatistas?", questionou Alberto João Jardim, que
respondeu: "Quando um Estado como Portugal diz 'amanhem-se lá na Madeira
e paguem o que fizeram', está dado o primeiro passo de separatismo, mas
quem deu o passo foi o Governo de Lisboa".
No comício que
assinala a "rentrée" do PSD-M, o também presidente do Governo Regional
da Madeira sustentou: "Durante anos, como Lisboa e os poderes que lá
estão não podiam negar o trabalho que se tinha feito na Madeira, então,
para nos denegrir, eles começaram a dizer que nós vivíamos à custa da
população do Continente".
"Nada de maior mentira, nada de mais
mentiroso que essa afirmação", declarou Alberto João Jardim, perante
centenas de pessoas que se concentraram no largo junto dos Paços do
Concelho, frisando: "Não há um investimento do Estado na Região Autónoma
da Madeira desde a autonomia".
A este propósito, repetiu que "o
Estado aqui paga as polícias, paga os tribunais, paga as Forças Armadas,
que é o que está aqui para nos vigiar".
Aos presentes, Alberto
João Jardim explicou as circunstâncias que levaram à dívida pública de
seis mil milhões de euros, que levou ao pedido de assistência financeira
a Lisboa, reiterando que a Constituição determina que o pagamento das
despesas com saúde e educação cabem ao Estado.
"Gastámos em
investimento e em despesas do dia a dia desde que começou a autonomia,
só em educação e saúde, nas matérias que a Constituição manda que seja o
Estado a pagar, nove mil milhões de euros", exemplificou, insistindo
que "se o Estado tivesse cumprido as suas obrigações neste momento,
apesar de tudo o que se fez, a Madeira não tinha dívida".
"E a
Madeira só tem dívida porque temos um Estado que não é de direito, que
abusa e faz o que quer das regiões e dos municípios", salientou o
presidente do PSD-M.
Alberto João Jardim referiu ainda que, na sequência do programa da 'troika', o país está "subjugado pelo poder estrangeiro".
"(...)
A realidade é esta, perdemos a independência nacional, perdemos a
soberania nacional, estamos governados, estamos manietados por gente
estrangeira", observou, frisando, contudo, que há forma de sair desta
situação.
"Temos de nos aliar a todos aqueles que estão dispostos a
mudar a política europeia", que disse ser a "favor do grande capital",
desafiou o responsável, alertando, de novo, que não é "com este regime
político" que "Portugal vai levantar a cabeça".
No final do
comício de verão do PSD-M, Alberto João Jardim deixou ainda uma mensagem
de esperança: "Não desanimem, há esperança, a história não tem um fim,
há sempre novos caminhos", afirmou, notando ser "preciso lutar" para
encontrar esses caminhos e contra as forças do dinheiro, as sociedades
secretas e os situacionistas.
Fonte: DN
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