As exportações
portuguesas de ouro explodiram nos últimos cinco anos. No primeiro
semestre de 2012, Portugal vendeu para o estrangeiro 132 vezes mais ouro
do que nos primeiros seis meses de 2007. Um crescimento que ainda não
parece dar sinais de abrandar. O resultado obtido até agora este ano é
83,4% superior face a 2011.
Entre
janeiro e junho, as empresas portuguesas exportaram mais de 382 milhões
de euros em ouro, segundo o INE. No mesmo período de 2007? Apenas 2,9
milhões. Esse ano, o último antes de rebentar a crise financeira, marcou
o início de um aumento exponencial na venda de ouro, com a estreia de
um novo mercado de destino – Bélgica – para o qual Portugal não tinha
exportado um único euro nos sete anos anteriores. A Bélgica acabaria por
se tornar no principal comprador de ouro nacional.
A
exportação deste produto é pouco diversificada. As vendas para Bélgica,
Itália e Espanha representaram cerca de 95% das exportações. Bélgica
destaca-se com 207,7 milhões de euros, seguida pelos 96 milhões de
Itália e os 60,4 milhões de Espanha.
O
aumento da exportação de ouro não-monetário (que exclui as reservas do
Banco de Portugal) coincidiu com uma enorme valorização deste metal nos
mercados financeiros, passando de uma cotação de 632 dólares a onça no
final de 2006, para valores superiores a 1900 dólares em agosto de 2011.
Esta valorização foi acompanhada por um progressivo agravamento da
crise financeira, que acabaria por contagiar a economia. Nos últimos
dois anos, as famílias têm sofrido consecutivas ondas de austeridade,
que limitaram o seu rendimento disponível. O preço mais elevado do ouro
tornou-se um incentivo para quem atravessa dificuldades e tem joias em
casa se desfazer delas.
Fonte: Dinheiro Vivo
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