O ministro Paulo Portas pode manter o silêncio sobre o polémico acórdão
do Tribunal Constitucional enquanto realiza a última parte da sua visita
oficial à China, mas no que respeita à necessidade de aumento da
atividade turística entre os dois países ninguém o silencia.
Já em Xangai e Pequim referira
frequentemente essa vocação histórica para os mil e trezentos milhões de
habitantes da China face ao bom relacionamento desde há 499 anos entre
ambas as civilizações. Satisfeito com os 50 mil que no ano passado já
visitaram Portugal, mostra-se agora mais empenhado em multiplicar o
máximo possível tal número. Para o ministro do Estado e dos Negócios
Estrangeiros o nosso país tem muito para atrair o chineses,
designadamente um "património monumental".
Diga-se que Paulo
Portas não se referia ao património empresarial que as empresas Sinopec,
State Grid e Three Gorges já adquiriram no entretanto, mas sim aos
monumentos e às cidades portuguesas.
Essa foi a mensagem que
ontem passou em Hong Kong e hoje em Macau perante plateias de
empresários e financeiros que o ouviram antes de assinar um protocolo
com agências de viagens, num jantar onde se escutou a guitarra
portuguesa, ranchos e muitos discursos. Tanto o ministro como os
responsáveis de Macau pretendem o mesmo que o ministro: turistas
chineses para Portugal e turistas portugueses para a China.
No
evento estiveram presentes, entre outros, Pansi Ho, a herdeira de
Stanley Ho, que afirmou a importância de "partir de Portugal para ir à
descoberta de outros mercados", bem como António Mexia, da EDP, que
confirmou o novo caminho asiático no mercado da energia após a aquisição
pela Three Gorges. Paulo Portas recordou que Portugal vai facilitar o
investimento através da concessão de residência imediata através do
Visto Dourado, bem como o potencial de Macau para os empresários
portugueses através de uma comparação que aprecia: "Já é quatro ou cinco
vezes mais rentável que Las Vegas."
Mas se promover o turismo em
Portugal parece ser uma aposta do Governo, ao ouvir-se membros da
comunidade portuguesa local, o inverso parece não ser necessário.
Disseram alguns dos portugueses presentes que não são precisas campanhas
publicitárias, basta que Passos Coelho e os elementos do seu Governo
continuem a sugerir a emigração como forma de ultrapassar a crise
nacional. Refira-se que a comunidade portuguesa voltou a aumentar após a
posse deste Governo para números não vistos desde o tempo anterior à
devolução do território à China.
Fonte: DN
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