A residência do
ex-presidente francês Nicolas Sarkozy e também o escritório de advogados
de que é sócio foi alvo, esta terça-feira, de buscas das autoridades,
relacionadas com o caso Bettencourt, que envolve acusações de
financiamento ilícito de campanhas eleitorais.
Uma brigada de
agentes que investigam crimes financeiros e um juiz de Bordéus
começaram as buscas logo ao início da manhã desta terça-feira na casa de
Sarkozy, no centro de Paris, no escritório da sociedade de advogados
Arnaud, Claude e Associados, de que o ex-presidente é sócio, e também no
gabinete colocado à sua disposição enquanto ex-chefe de Estado.
O
inquérito que está a ser liderado pelo juiz de instrução Jean-Michel
Gentil investiga acusações de financiamento ilícito da campanha
eleitoral de Sarkozy, designadamente as presidenciais de 2007, através
de fundos entregues por Liliane Bettencourt, herdeira do império
L'Oreal.
De acordo com o seu advogado, Nicolas Sarkozy e a família estão ausentes no Canadá.
Sarkozy perdeu a imunidade judicial a 16 de junho, quando se cumpriu um mês do final do mandato de presidente de França.
A
investigação visa apurar se Sarkozy recebeu 150 mil euros para
financiar a sua campanha eleitoral de 2007, através do seu tesoureiro à
época, Eric Woerth.
"Estas buscas, feitas 15 dias depois de terem
sido enviados a este juiz todos os elementos necessários, vão revelar-se
inúteis", disse o advogado de Sarkozy, Thierry Herzog.
Os
elementos enviados, prosseguiu o advogado, demonstram "a impossibilidade
absoluta dos pretensos 'encontros secretos' com Lilliane Bettencourt" e
todas as deslocações de Sarkozy em 2007 foram feitas "sob controlo dos
funcionários da polícia encarregados da sua segurança".
Herzog
disse ter voltado a escrever ao juiz para o informar da identidade dos
polícias em causa, "para que eles possam confirmar que houve apenas um
encontro, a 24 de fevereiro de 2007, com André Bettencourt", marido de
Lilliane Bettencourt, entretanto falecido.
O caso Bettencourt
nasceu de um diferendo familiar entre a herdeira e a filha, acabando por
envolver figuras da política francesa. O caso levou nomeadamente à
demissão do antigo ministro do Trabalho de Sarkozy, Eric Woerth, por
suspeita de conflito de interesses e envolvimento em financiamentos
ilegais de campanhas.
Fonte: JN
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