O Orçamento do Estado para este ano prevê
injectar mais 567 milhões nas chamadas sociedades "par", os veículos
criados pelo Governo, em 2008, para gerir os activos problemáticos e
tóxicos do Banco Português de Negócios (BPN).
No ano passado, foram disponibilizados, já pela mão do actual Executivo, 408,5 milhões de euros com o mesmo propósito.
Todos os anos, os sucessivos governos emprestam às três "sociedades par"
centenas de milhões de euros. O dinheiro é usado, mas não há da parte
do governo qualquer prestação de contas estruturada e completa que
permita justapor as despesas às magras receitas que vão sendo extraídas
da gestão do que ainda resta do antigo BPN. Apenas o Tribunal de Contas
(TdC) publica uma análise completa sobre o dossiê, mas com meses de
atraso face ao exercício orçamental em causa.
( Quantas e quantas famílias portuguesas se vêm com dificuldades provocadas pelos altos impostos que pagam, sem terem depois o retorno desse mesmo sacrifício, quantos e quantos reformados recebem reformas de miséria, depois de terem contribuído com o seu esforço laboral para a economia deste país.
Diz o Estado português que não tem dinheiro para resolver os problemas sociais, incluindo a saúde e outros, mas existem aos milhões para colocar na banca dos ricos, e ninguém sabe ao certo quanto.
A última informação oficial vinda do Terreiro do Paço é
pública, mas incompleta: a execução orçamental do ano passado, divulgada
em Janeiro, diz que o Estado injectou os tais 408,5 milhões de euros
nos fundos que gerem activos de menor ou má qualidade, tendo pago 118
milhões de euros em juros. Nunca diz de forma consolidada que valores
foram devolvidos ao Estado e quanto é que a CGD ainda tem a haver dos
milhares de milhões que injectou, uma referência crucial para avaliar
quão longo é o caminho até fechar definitivamente a conta a passar ao
contribuinte. )
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