Para o antigo governante, "é altura de dizer basta e de fazer este
governo recuar", porque "a continuar por este caminho, qualquer dia
temos aí uma ditadura".
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral considerou hoje que o Governo está a criar propositadamente as condições
para que o Tribunal Constitucional chumbe a proposta do Orçamento do
Estado para 2014 e possa, depois, demitir-se.
Em declarações à
agência Lusa, Diogo Freitas do Amaral disse que o Governo está "a
agravar aceleradamente a tomada destas medidas [do Orçamento do Estado],
que são todas inconstitucionais, para criar um conflito grave com o
Tribunal Constitucional e, a partir daí, poder demitir-se e exigir
eleições".
O antigo político, que sublinha a condição de "cidadão
reformado", criticou fortemente a proposta de nova tabela salarial para
os funcionários públicos, afirmando que ela é "discriminatória, injusta e
ofensiva, por impor maiores reduções de salários ao funcionalismo
intermédio do que aos escalões superiores".
Numa declaração à Lusa
em que apenas aceitou responder a uma pergunta, Freitas argumentou que a
lei “não é proporcional nem progressiva, é regressiva" e acrescentou
que "visa aprofundar a destruição das classes médias".
Ora, prosseguiu, "sem classes médias fortes e com boas perspetivas de futuro, é a própria democracia que fica em perigo".
Para
o antigo governante, "é altura de dizer basta e de fazer este governo
recuar", porque "a continuar por este caminho, qualquer dia temos aí uma
ditadura".
Esta posição do antigo governante surge no mesmo dia
em que o Diário de Notícias titula em manchete que os "salários mais
altos são dos que vão ter os menores cortes", e em que as televisões
apresentaram, ao longo do dia, reportagens sobre os efeitos da proposta
que consta do Orçamento do Estado para o próximo ano.Fonte: iOnline
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