Detroit,
berço da indústria automóvel, tornou-se esta quinta-feira na maior
cidade norte-americana a declarar falência, segundo documentos judiciais
citados pela agência noticiosa AFP.
Em tempos um centro
industrial florescente, Detroit perdeu metade da sua população em 60
anos e os grandes grupos abandonaram a cidade aos poucos, dando um rude
golpe nas receitas fiscais do município.
“Os habitantes de Detroit
(…) merecem um caminho claro para sair do ciclo de serviços públicos
cada vez menos eficazes”, escreveu o governador do Michigan, Rick
Snyder, numa carta que acompanha a declaração de falência.
“O único caminho possível para uma Detroit estável e sólida é pedir a proteção de credores”, acrescentou.
Detroit deixou de fazer pagamentos relativos aos seus 18,5 mil milhões de dólares de dívidas no mês passado.
Snyder nomeou um gestor especializado em processos de bancarrota, no início do ano, para reestruturar as finanças de Detroit.
Disse
ter tido “muita esperança” de que esta decisão iria ajudar a evitar a
bancarrota, mas que chegou o tempo de “enfrentar o facto de que a cidade
não consegue, não está a pagar as suas dívidas e está insolvente”.
O
governador indicou uma série de problemas que comprovam que Detroit já
não consegue cumprir as suas obrigações para com os cidadãos.
A
taxa de homicídio é a mais elevada em quase 40 anos e há mais de duas
décadas que Detroit está na lista das cidades mais perigosas dos EUA.
As
pessoas têm de esperar cerca de 58 minutos para que a polícia responda
às chamadas, comparativamente à média nacional de 11 minutos.
Apenas
um terço das ambulâncias estão a funcionar e os carros da polícia e dos
bombeiros estão também em más condições, por falta de manutenção e
reparação.
Existem 78 mil edifícios devolutos na cidade e 40 por cento da iluminação das ruas não funciona.
Os
impostos atingiram o seu limite legal e, mesmo se fosse possível
aumentar as taxas, Snyder diz que os habitantes não conseguem pagar
mais. Fonte: iOnline
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