Despesa social e com salários abaixo da média europeia Em relação aos seus parceiros europeus, o Estado português não gasta
mais em salários, em prestações sociais e nem está a investir acima da
média da União Europeia (UE). A conclusão é do Observatório sobre Crises
e Alternativas, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de
Coimbra, sob a coordenação de Manuel Carvalho da Silva, ex-líder da
CGTP.
O Observatório não tem dúvidas de que o aumento da despesa pública de
30% para 50% do PIB nos anos 80 e 90, isto é, nos 20 anos seguintes à
década de 70, deveu-se a uma normal aproximação de Portugal aos padrões
europeus de desenvolvimento. No entanto, afirma que a "tendência recente
de redução acentuada da despesa pública em contexto recessivo, cujo
reforço se anuncia para o futuro próximo, afastará Portugal do padrão
médio de bem-estar europeu".
Baseando-se em estatísticas oficiais
da Comissão Europeia, o Barómetro das Crises desmonta alguns
pressupostos em que se baseia o relatório do FMI sobre cortes na despesa
pública, anteontem divulgado, e até o Memorando de Entendimento e suas
sucessivas revisões. Os benefícios sociais, por exemplo, que
representaram 29,1% do PIB, em 2010, caíram para 28,4% e 27,6%, em 2011 e
2012, respetivamente. Em 2012, a média europeia rondava os 30,4%.
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