A ministra da Justiça garantiu hoje que não desistirá de
criminalizar o enriquecimento ilícito, apesar do 'chumbo' do Tribunal
Constitucional ao diploma que tinha este objetivo, considerando que está
em causa "um cancro que mina o regime".
"Há culturas que é preciso mudar. Eu insisto, insistirei muito,
continuarei, como causa que tenho, a insistir na questão do
enriquecimento ilícito", disse Paula Teixeira da Cruz, que referiu que o
Tribunal Constitucional considerou inconstitucional um diploma que
pretendia criar este crime e que tinha sido aprovado na Assembleia da
República com os votos de todas as bancadas, menos a do PS.
"Um dos cancros que mina de facto o nosso regime é essa situação",
acrescentou, numa referência à inexistência do crime de enriquecimento
ilícito na legislação nacional.
A ministra, que falava numa conferência da Universidade de Verão do
PSD, em Castelo de Vide, contestou o argumento de que o enriquecimento
ilícito "já esteja consumido por outra tipologia de crimes".
"Além disso, pode sempre funcionar como um cúmulo com outro crime. É
muito importante para a saúde das sociedades, para a reforma do Estado,
que não existam fenómenos desses", acrescentou.
Paula Teixeira da Cruz acentuou ainda que "Portugal, quando é falado
nos relatórios internacionais, aparece sempre com essa sinalização e
estigmatização", considerando que esta é uma questão importante no
âmbito da reforma do Estado.
A reforma do Estado foi justamente o tema da aula que a ministra da
Justiça deu aos alunos da Universidade de Verão social-democrata, tendo
enunciado uma série de diplomas e reformas que adotou desde que está no
Governo.
Fonte: iOnline
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