06/09/2012

Google pode ajudar bancos centrais a fazer previsões económicas


Pode uma simples pesquisa no motor de busca Google ajudar o banco central de um país a avaliar as futuras tendências económicas de um país? Israel foi o primeiro país onde o banco central começou a olhar para as pesquisas no motor de busca para procurar novos indicadores económicos, e a tendência espalhou-se até aos organismos monetários da Inglaterra, Espanha, Turquia e Chile, como conta a Businessweek.

“Quando os bancos centrais olham para os dados tradicionais, estão essencialmente a olhar pelo espelho retrovisor”, explica Erik Brynjolfsson, conselheiro da Reserva Federal de Boston. As buscas na internet por determinados produtos pode ajudar os organismos monetários a prever abrandamentos, recessões, recuperações e bolhas especulativas, segundo Brynjolfsson, que também é professor no MIT.
O estudo que realizou em 2009, sobre a previsão de vendas de casas nos Estados Unidos usando os dados de pesquisa do Google já foi citado em estudos por três bancos centrais. “Se a Fed [banco central norte-americano] tivesse tido acesso a esta informação, eles teriam conseguido fazer melhores previsões sobre o que estava a acontecer no mercado imobiliário e saber mais rapidamente a profundidade do problema”, afirma.
Hal Varian, chefe-economista do Google, foi a primeira pessoa a olhar para os dados de pesquisa e a questionar-se se estes serviriam de indicadores económicos. Após realizar um estudo comparando os dados de pesquisa e os dados tradicionais, Varian chegou à conclusão, em 2009, de que os dados no serviço Google Trends foram mais precisos na venda de automóveis, casa e retalho nos Estados Unidos.
No entanto, existem peritos que recomendam precaução no uso dos dados, especialmente porque estes só remontam a 2004.A professora Lucrezia Reichlin da London Business School afirma que o “Google é sexy e pode vir algo daqui, mas é necessária mais pesquisa”.
“Potencialmente, usar o Google pode ser interessante, mas no momento as suas variáveis de previsão macroeconómica não são de confiar”, defende, sublinhando que os dados podem não reflectir aqueles que vivem mais “offline”, como os idosos e os pobres.
No entanto, estas reservas não impediram seis bancos centrais de começar a olhar para os dados, após um estudo do Banco de Israel, que descobriu que a informação recolhida ajudou a prever abrandamentos e recessões no país. Os dados estavam lançados e questões como, “se mais pessoas procuram por carros, isto pode significar um aumento das vendas?”, ou “um aumento na procura por subsídios de desemprego é uma dica de que mais pessoas estão a perder empregos?”, estão agora a ecoar na cabeça dos peritos dos bancos centrais de Inglaterra, Espanha, Turquia e Chile.
Uma das grandes vantagens do uso destes dados é que eles estão disponíveis imediatamente, entre um a três dias depois, não sendo necessário esperar pelos indicadores que costumam ser divulgados mensalmente.
Fonte:  Dinheiro Vivo

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