A ex-dirigente comunista Zita Seabra revelou à SIC Notícias, na
noite de quarta-feira, que a Fábrica Nacional de Ar Condicionado (FNAC)
do “barão vermelho” (por ser comunista e benfiquista) Alexandre Alves,
serviu de apoio ao PCP numa operação de espionagem ao governo, durante
os anos 80.
Segundo a editora e ex-deputada do PSD, a FNAC era “uma empresa
estratégica” e “simpática” para o PCP. Era financiada pela então RDA
(República Democrática da Alemanha), não por fabricar ares
condicionados, mas por instalar microfones em gabinetes do governo, já
que os funcionários tinham acesso facilitado aos mesmos. Contudo,
acrescentou que não podia afirmar que tinha conhecimento de que estavam
escutas em qualquer ar condicionado. “Só posso dizer que era uma empresa
estratégica para o PCP e para a RDA", esclareceu.
As suspeitas lançadas por Zita Seabra dizem respeito a um período de
efervescência política, e a FNAC operou precisamente nessa altura –
entre 1978 e 1994 -, passando por uma série de governos, como é o caso
do de Carlos Monteiro, Maria de Lurdes Pintasilgo, Sá Carneiro, Pinto
Balsemão e Mário Soares.
O PCP voltou a irritar-se com a ex comunista. Segundo esta fracção
política, Zita Seabra é persona non grata no partido. “As afirmações
dessa pessoa, nesta como noutras matérias, não merecem qualquer crédito
ou comentário”, respondeu o PCP aos diversos órgãos de comunicação que o
contactaram.
Por sua vez, Alexandre Alves, que já tinha esta semana sido notícia,
depois de o governo ter suspendido o apoio do QREN ao seu projecto de
uma fábrica de painéis solares em Abrantes, respondeu que a história “é
absurdamente falsa” e uma “invenção”. Além disso, disse que a FNAC
apenas fabricava e vendia aparelhos de ar condicionado, mas não os
instalava.
Posto as declarações de Zita Seabra, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já prometeu averiguar os factos.
Fonte: iOnline
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