O dirigente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) João Dinis
defendeu hoje que o Governo terá de adotar medidas de emergência perante
os prejuízos dos agricultores provocados pela situação de seca extrema
em que o país se encontra.
«Já no final de 2011 e início de 2012,
houve bastante falta de chuva e o país entrou em seca extrema e, agora,
está de novo nessa situação. Como é sabido, a falta de chuva prejudica
as culturas agrícolas, ou então obriga a gastos excessivos com rega
mecânica, o que faz disparar os custos de produção que, normalmente, já
são bastante caros», disse à Lusa o dirigente da CNA.
«As culturas
de outono/inverno foram seriamente afetadas pela seca e, agora, as
culturas de primavera/verão afetadas estão. E, se isto assim continua,
lá teremos outubro, novembro e dezembro também com problemas por falta
de chuva, por falta de água na agricultura», observou João Dinis.
Segundo
o dirigente da Confederação Nacional de Agricultura, o problema é que,
além de «parte do país – interior, sul, norte – estar em seca extrema, e
de não se saber quando é que vai chover, há também o calor – estes
escaldões, como dizem os agricultores - que prejudica seriamente os
produtores pecuários e outras produções, como o próprio olival e a
vinha».
«Este ano vai ser um ano em que vai baixar a produção
nacional da generalidade das culturas, a começar por aquelas que não são
de regadio, que não são culturas intensivas, de estufa ou outras»,
sublinhou.
«Vamos ter uma quebra da produção agrícola nacional –
insistiu - e os agricultores, que, no ano passado, já tiveram uma quebra
bastante grande, vão somar prejuízos em cima de prejuízos, até ao
limite do insustentável».
E «mesmo para 2013, veremos, porque as
secas prolongadas, as secas extremas, repercutem-se de um ano para o
outro, não é só no ano em que ocorrem», acrescentou.
Embora já
tenha havido «uma ajuda aos produtores pecuários e algumas ajudas de
menor impacto a outro tipo de produções, do ponto de vista da CNA e das
suas filiadas, o Governo tem, de novo, de elaborar planos de emergência
para esta situação de seca extrema».
Uma situação que – frisou
João Dinis – «agora também está a dar condições para a eclosão de
muitos, extensos e violentos incêndios florestais».
«É também
outra consequência da falta de chuva, do calor, do vento, estes
incêndios violentíssimos e muito extensos que estamos a ter um pouco por
todo o país e que também causam problemas sérios», concluiu.
Fonte: Sol
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