Primeiro era tudo certezas, agora já existem incertezas(Gasparzinho)

O ministro das Finanças admitiu hoje que os dados disponíveis sobre a execução orçamental, que serão apresentados na sexta-feira, traduzem "um aumento significativo nos riscos e incertezas", mas reafirmou o objetivo de cumprir o défice para 2012.
Vítor Gaspar, que falava no Luxemburgo, no final de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, indicou que "a informação disponível sobre o comportamento das receitas não é positivo", pois "de facto, verificaram-se valores abaixo do esperado para a receita fiscal e para as contribuições para a segurança social".
"Estes dados disponíveis traduzem um aumento significativo nos riscos e incertezas que estão associadas às expetativas orçamentais. O Governo está determinado a cumprir o teto para o défice de 4,5 por cento para 2012, mas estamos totalmente conscientes de que o esforço necessário para atingir este valor é muito importante", declarou.
Vítor Gaspar sublinhou que está em curso no país "um ajustamento sem precedentes na história recente de Portugal", e a execução orçamental para 2012 é "muito exigente", pelo que, deste ponto de vista, "não é surpreendente" que se tenha de enfrentar mais riscos e incertezas.
Insistindo que "o Governo está determinado em cumprir o défice de 4,5 por cento para 2012" e que Portugal não tomará a iniciativa de pedir "nem mais tempo, nem mais dinheiro", Vítor Gaspar voltou todavia a lembrar que os parceiros do Eurogrupo já disseram repetidamente que se Portugal continuar a cumprir as condições do programa, mas se enfrentar dificuldades no regresso aos mercados por circunstâncias que não pode controlar, "estão disponíveis para prestar o apoio adicional necessário para assegurar o sucesso" do programa.
"Esta garantia de apoio, este mecanismo de seguro, é para nós um ativo precioso e um fator muito importante para o sucesso" do programa, disse.

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