A europa e a sua triste cina, onde está o teu poder?

Perspectivas para o país vizinho são “muito difíceis”, admite o FMI. Instituição recomenda que o Governo de Mariano Rajoy aumente já o IVA e outros impostos e que corte os salários dos funcionários públicos. Ajustamento salarial no sector privado é também essencial.
Dias depois de a Espanha ter anunciado que vai pedir um resgate para a banca, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulga a sua análise sobre o país, no âmbito das consultas do Artigo IV, uma análise regular realizada aos Estados membros do fundo. A instituição liderada por Christine Lagarde começa por louvar o “forte impulso reformista” do Governo de Mariano Rajoy, mas avisa que tal não foi suficiente para trazer de volta a confiança aos mercados, que permanece “débil”.

Num cenário em que a economia está em recessão e o desemprego atingiu níveis recorde, o FMI acredita que o défice orçamental este ano deverá “ultrapassar significativamente” a meta de 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB). A instituição avisa, contudo, que a correcção deste desvio não deve concentrar-se num “período de tempo reduzido” e sugere mesmo que seria recomendável um “ajustamento mais suave”, de modo a evitar que a economia afunde mais.

Ainda assim, mantém a mesma receita para a economia que tem aplicado a outros países sob assistência financeira, como Portugal e a Grécia: é preciso subir impostos e reduzir os salários na economia.

“Dada a dimensão da consolidação orçamental necessária, nenhuma opção deve ser excluída”, avisa o fundo, salientando que as medidas do lado da receita devem assumir um papel fundamental neste processo de redução do défice. O FMI recomenda que o Governo de Mariano Rajoy não espere pelo próximo ano para subir os impostos, avançado já com um aumento do IVA e de outros impostos sobre o consumo.

Além disso, a instituição internacional considera que as reduções de despesa que Rajoy quer implementar são apropriadas, mas vão demorar algum tempo a serem identificadas, o que “traz incerteza”. “Para assegurar que as poupanças previstas se materializam, futuros cortes nos salários dos funcionários públicos e aumentos do IVA e dos impostos especiais devem ser legislados já e somente interrompidos se as metas forem alcançadas”, sugere o FMI.

Quanto aos salários do sector privado, a instituição mantém a receita de que é preciso uma desvalorização interna, que ajuste os salários e os preços na economia. Para isso, é preciso uma “solução global, em que os trabalhadores aceitem uma maior moderação salarial, que os empresários façam reflectir as poupanças de custos nos preços e no aumento do emprego e os bancos se recapitalizem”.
Retirado de:Publico

Comentários