E para os menos qualificados? não é dramático? Simpático!


O diretor-geral da COTEC, Daniel Bessa, considerou hoje que a redução das remunerações médias dos mais qualificados é "dramática" e criticou as limitações salariais impostas no setor empresarial do Estado.
O ex-ministro da Economia de António Guterres lembrou que nos salários mais elevados é habitual existirem componentes da remuneração fixas e variáveis, mas o que se assiste é a “uma redução muito rápida das remunerações com o Estado à cabeça”.
Questionado sobre as limitações salariais nas empresas públicas recentemente aprovadas pelo Governo admitiu que podem ser “uma inevitabilidade”, mas não são positivas.
“Mostra que estamos a recuar. Há coisas inevitáveis que são boas e outras que não são”, disse o economista à margem de uma conferência sobre financiamento à inovação, lembrando que há uns anos atrás se dizia que os políticos eram mal pagos e agora se impõem tetos salariais indexados ao vencimento do primeiro-ministro.
Daniel Bessa sublinhou que há um problema crescente de emprego de pessoas qualificadas, que não atinge apenas os mais jovens, salientando que o problema da redução salarial revela as dificuldades do país.
“Não posso ter qualificações dos postos de trabalho medidas pelo salário médio que está a ser oferecido. O salário médio, mesmo dos trabalhadores mais qualificados está a ser reduzido dramaticamente”, declarou, durante a sua intervenção no seminário.
Para Daniel Bessa, a ineficiência e a produtividade são os principais problemas nacionais e a Justiça e Educação são casos paradigmáticos.
“Temos mais juízes e metros quadrados de tribunal por milhões de habitantes do que a maioria dos países. O que temos pouco por milhão de habitantes é sentença”, ironizou.
O responsável da COTEC (Associação Empresarial para a Inovação) apelou à promoção de uma cultura que valorize os resultados e afirmou que a operação de limpeza do QREN anunciada pelo Governo “é fundamental”.
O economista defende que é preciso confrontar os promotores que não executaram os seus projetos, para que o financiamento não fique cativo e as verbas tenham de ser devolvidas a Bruxelas.
Por outro lado, desvalorizou a polémico sobre a gestão do QREN, acentuando a importância de manter um controlo efectivo sobre a despesa pública, exercido pelo ministro das Finanças Vitor Gaspar, já que os fundos comunitários implicam também uma contrapartida nacional.
“Não percebo o que é que o ministro da Economia perde, se é que perde alguma coisa”, declarou, acrescentando que tanto Álvaro santos Pereira como Vítor Gaspar estão lá “para trabalhar e para fazer” e não para serem envolvidos em guerras de protagonismos.
Retirado de:  iOnline

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